sábado, maio 10, 2008

Poema: Através da janela


Que árvores despidas
entorpecidas se estendem
e desvanecem no céu,
na bruma.
Que escuridão sombria
Vislumbro pela janela.
Não ouço os pássaros chilrear
Não ouço a agitação da gente,
estranho...
Parece que o mundo parou
e respiro as últimas moléculas
de oxigénio.
Aproximo-me...
Observo melhor o jardim
E aquele velho banco
Só...
Vazio, sempre à espera
de alguém, de diálogo,
de risadas, de sonhos,
de esperança, de cor.
Mas ninguém aparece...
Ninguém vem...
Olho novamente para as árvores
E sinto o grito de solidão,
o apelo,
a vontade de agarrar a vida
e o tempo.
E com uma vontade de agir,
uma necessidade de acção,
de mudança,
apenas noto
as folhas das árvores,

a cair lentamente,
num choro constante...

Raquel (2008)

1 comentário:

Anónimo disse...

Amei o poema....é como se a vida de alguem estivesse escrita...